domingo, 28 de março de 2010

Psicologia do desenvolvimento

a) Diversas áreas da psicologia, têm vindo a estudar o desenvolvimento humano. Considerado somo sendo o resultado de vários factores, psicológicos, biológicos, sociais e culturais, o desenvolvimento humano inicia-se na concepção e evolui ao longo da vida.
Vários autores defendem que a evolução humana é determinada por diversos estádios, embora usem este conceito de forma diferente nas suas teorias.
Hoje em dia, um estádio de desenvolvimento é considerado como algo com uma estrutura própria organizada segundo determinados padrões e segundo uma evolução integrativa, isto é, a forma como se passa para o estádio seguinte, depende da forma como se vive o estádio anterior. No entanto os estádios não são estanques, pois podem encontrar-se características de um estádio no anterior e no seguinte.
Erikson surge como pioneiro a apresentar a evolução humana segundo estádios ao longo da vida, daí que o desenvolvimento biopsicológico seja encarado desde o nascimento até à morte.
Ao longo dos tempos, tem-se discutido qual dos factores, hereditariedade ou meio ambiente, será determinante neste processo.
Numa abordagem maturacionista o desenvolvimento terá a ver apenas com a predeterminação genética, considerando que as características do ser humano dependem apenas do código genético herdado. Neste tipo de abordagem, a hereditariedade é concebida como determinante no processo de desenvolvimento, sendo que as diferenças encontradas entre os sujeitos apenas têm a ver com a diversidade hereditária, não é dada qualquer importância ao meio e à experiencia.
Contra esta abordagem, surge o behaviorismo, segundo o qual são os factores do meio e da aprendizagem que se consideram mais importantes no desenvolvimento humano. Nesta teoria não é dada importância à influência determinante dos genes.
Numa perspectiva globalizante surge a abordagem interaccionista, que vem valorizar tanto os valores hereditários e maturativos como os contextuais e de aprendizagem, não considerando os pensamentos, sonhos ou sentimentos inerentes ao comportamento.
Sigmund Freud defende uma teoria psicanalítica, focalizada nos conflitos mentais inconscientes originados na infância. Nesta teoria, o desenvolvimento humano é explicado através da evolução psicosexual do indivíduo.
Para os cognitivistas dos quais se destaca Jean Piaget, é através da sua teoria, que o indivíduo quando nasce possui um património genético que possibilita a interacção com as situações do dia-a-dia, que vivencia, ou seja, reflecte um processo dinâmico entre o organismo e o meio, sendo que o indivíduo é um agente activo na construção do seu próprio conhecimento e realidade. Este autor, perspectiva o desenvolvimento cognitivo até à adolescência, considerando que as grandes aquisições mentais são obtidas entre esta fase e a infância.
Outro autor que propõe uma teoria de desenvolvimento cognitivo é Vigotsky, que valoriza o papel da sociedade na construção das funções intelectuais superiores, sendo que todas as funções mentais superiores são relações sociais interiorizadas. Nesta perspectiva surgem dois importantes conceitos: zona de aprendizagem e zona de proximidade. Ambos os conceitos demonstram uma disparidade entre a inteligência desenvolvida ou actualizada e a inteligência latente. Por este facto, Vigotsky defendia que a avaliação da inteligência da criança devia assentar na observação de como ela resolve uma tarefa com base em determinadas instruções recebidas, para a partir daí, inferir onde ela poderá vir a chegar sem a ajuda de terceiros.
As teorias humanistas, surgiram numa tentativa de reforçar o estudo da personalidade, isto é, o ser humano independentemente das circunstâncias que o envolvem possui a capacidade inata de assumir o controlo da sua vida e de promover o seu próprio desenvolvimento por meio de das capacidades exclusivamente humanas de escolha, criatividade e auto -realização. Ao nível educacional deve ser dada mais liberdade de escolha ao educando, sendo ele a decidir aquilo que quer aprender, segundo as suas próprias regras e autonomamente. Um dos mais importantes humanistas é Abraham Maslow.
b) Todos os seres vivos, e o Homem não é excepção, recebe à partida um conjunto de informações genéticas a partir do qual o seu organismo se desenvolve, constitui e luta para sobreviver. Tudo aquilo que irá desencadear o seu desenvolvimento, aquilo em que o ser humano se irá tornar, deve-se ao conjunto de genes que recebeu dos progenitores em partes iguais. No entanto essa carga genética, sem a intervenção do meio não se revela. O ser Humano conta ainda com um período de aprendizagem junto dos progenitores, que lhes transmitem informações desconhecidas do património genético, acrescidas de um património cultural. Não somos capazes de sobreviver sozinhos, temos no entanto o privilégio de poder aprender sem limitações.
Estudos de Goddard, tentaram provar que o comportamento Humano seria marcado pela hereditariedade. A forma como nos comportamos ou aquilo que somos é da responsabilidade do nosso corpo e dos nossos genes.
A carga genética herdada pelos progenitores, seria responsável pela definição da nossa constituição orgânica, personalidade, comportamento. Estas características nascem com o indivíduo, são inatas.” Uma mulher de bem, gerava os bons Kallikak, uma rapariga demente, empregada de taberna gerava maus Kallikak”.Goddard, não atribuiu ao ambiente nenhum efeito significativo sobre os dois lados da família.
Segundo Watson a psicologia devia limitar-se ao estudo dos comportamentos observados directa ou indirectamente, e varia de acordo com estímulos provenientes do ambiente. Um estímulo provoca sempre a mesma resposta, daí poderem prever-se os comportamentos mas também controlar a sua produção. Watson ignora a hereditariedade e valoriza simplesmente a influência social, ficando assim limitada no estudo dos processos cognitivos, pois estuda apenas o observável. Watson defende uma corrente behaviorista.
Relativamente aos progressos feitos pelo Victor, os defensores da hereditariedade argumentam que: como o desenvolvimento humano se realiza a partir de uma predeterminação genética, e considerando que essas características apenas dependem dos genes que recebemos e que o se desenvolvimento actua depois do nascimento, a hereditariedade determina o desenvolvimento humano e as diferenças encontradas entre os sujeitos são um reflexo da carga hereditária. Tendo em conta o fraco desenvolvimento intelectual do Victor, a criança devia ser portadora de uma deficiência mental grave.
Segundo os defensores do meio ambiente, o comportamento humano é uma conquista feita em consequência do processo da sua integração no meio cultural, e que varia em função da sociedade a que pertence. O que nos torna humanos, vai muito para além da nossa herança genética e biológica. Para que possamos entender os seres humanos e a forma se comportam, à que ter em conta a dimensão social e cultural. Como resultado de uma aprendizagem de formas partilhadas e reconhecíveis de ser e de nos comportarmos, tornamo-nos humanos. Devemos à cultura a capacidade de transpormos os nossos instintos, através dos quais nos é dado o poder de escolher qual o caminho a seguir, aquele que achamos melhor, depois de analisarmos a realidade. O Victor tendo crescido sozinho na floresta não desenvolveu as competências e os comportamentos próprios do homem, nasceu sem a cultura tendo desenvolvido apenas a programação genética do seu organismo e a sua dimensão animal.
O meio ambiente ou nurture na minha opinião, é aquele que mais influencia o processo da aprendizagem, pois, aquilo que determina a nossa forma de ser são as nossas experiencias sociais e culturais. Somos o resultado daquilo que aprendemos. No entanto, é difícil dissociar o factor hereditário do meio ambiente. O indivíduo age como um sistema aberto, onde interagem factores de várias ordens, tais como biológicos, maturacionais culturais, sociais, psicológicos, e históricos. Não devemos considerar apenas o factor ambiental ou hereditário, pois no desenvolvimento da aprendizagem, estão presentes factores inatos e adquiridos que interagem entre si numa perspectiva interaccionista e construtivista.
Concordo com «o sucesso ou insucesso das experiencias de uma pessoa está realmente nas cartas: Afinal de contas, a maior parte dos delinquentes juvenis não tem origem numa família onde os pais revelem uma tendência para a delinquência» e com «a motivação e o impulso determinam quem atinge um nível quase perfeito. A aptidão contribui. Afinal Thomas Edison disse que a genialidade é 1% de inspiração e 99% de transpiração.»
Discordo «John Locke, filosofo inglês de sec. XVII, acreditava que, no nascimento, a mente era uma tábua rasa. Esta opinião está assente na perspectiva behaviorista do desenvolvimento».
Discordo muito «É importante consultar o meu horóscopo, especialmente se vou enfrentar situações que exigem decisões importantes» e com «Se quiser ter sucesso siga o conselho de ir viver para o litoral, pois aí o clima é mais propício à sua obtenção».
Concordo muito «O comportamento é o resultado da hereditariedade a interagir com o meio a interagir com o tempo».

Bibliografia: Tavares J., Pereira A.S., Gomes A.A., Monteiro S., Gomes A.(2007) Manual de Psicologia do Desenvolvimento Porto: Porto Editora
Morgado L., Costa A. Psicologia do Desenvolvimento (2009) Universidade Aberta (documento disponibilizado pela UC)
http://www.partes.com.br/colunistas/gilbertosilva/meninoselvagem.asp (consult.2010-03-17)
Vigotsky.In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. (consult. 2010-03-18)
Disponível na www: .

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